Fonte dos Leões. (Cidade do Porto)

segunda-feira, 26 de julho de 2010

Fonte monumental
Em baixo, a fonte ainda com o gradeamento - Arquivo Fotográfico dos SMAS 
Em frente à Reitoria da Universidade do Porto, na Praça Gomes Teixeira ou Praça dos Leões, como é mais conhecida, encontra-se uma das fontes mais emblemáticas da cidade designada por Fonte dos Leões. Na realidade as figuras representam grifos, ou outro qualquer ser mitológico e não leões (que não são seres alados). 
Esta fonte data de 1887, altura em que terá substituído um chafariz aí existente, no entanto poucos são os que conheceram a fonte com o gradeamento que inicialmente a circundava. Deixamos aqui essa imagem do passado.

Fonte Monumental 

Cliché: Alvão 

PLANTA TOPOGRAPHICA DA CIDADE DO PORTO.


Joaquim da Costa Lima Júnior (Porto, 5 de Setembro de 1806 - Porto, 29 de Janeiro de 1864).
Foi o autor em 1839 da “PLANTA TOPOGRAPHICA DA CIDADE DO PORTO, Aonde se vêem exactamente marcados todos os Edificios, Praças publicas, e ruas novamente abertas, bem como alguns projectos approvados pelas Authoridades Municipaes, para maior commodidade de seus habitantes, e beleza da mesma Cidade.”

Fábrica Algarve Exportadora. (Cidade de Matosinhos)

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A fotografia de cima trata-se de um postal ilustrado de 1949, editado pela papelaria e tipografia Regional, por altura das festas do Senhor de Matosinhos.
A Fábrica Algarve Exportadora que podemos observar atrás da rotunda ajardinada, segundo nos foi informado, é uma das melhores peças nacionais de introdução da corrente modernista em Portugal. Foi desenhada pelo arquitecto José Varela e construída em 1937. Estava inventariada como património concelhio e aos poucos deixaram degradá-la com a intenção propositada de a potenciar urbanisticamente.
Actualmente despareceram, tendo sido demolidas. Interesses económicos e políticos (neste caso camarários) parecem prevalecer sobre tudo o resto.

Lavadeiras no Rio Mondego. (Cidade de Coimbra)

quinta-feira, 22 de julho de 2010

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Lavadeiras no Rio Mondego em Coimbra. Como podemos observar o nível das águas estava muito baixo na altura em que esta fotografia foi tirada.

Barco Rabelo. (Rio Douro, Porto).

barco rabelo (rabelo, porque tem um "rabo") é uma embarcação Portuguesa e típica do Rio Douro, tendo-se tornado um ícone do mesmo. Tradicionalmente o rabelo transportava as pipas de Vinho do Porto do Alto Douro, onde as vinhas se localizam, até Vila Nova de Gaia e Porto. O barco rabelo não tem quilha e é de fundo chato, com um comprimento variável entre os 19 e 23 metros e 4,5 metros de boca. A sua construção, de tábuas sobrepostas, tábua trincada, é nórdica, em comparação com a do Mediterrâneo.
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Na imagem de cima, observamos um barco rabelo passando sob a Ponte D. Maria Pia, entre Vila Nova de Gaia e Porto, enquanto na imagem de baixo, vemos outro barco rabelo navegando no Douro, junto a praia de Sampaio em Porto Manso, freguesia de Ribadouro, concelho de Baião! A (antiga) ponte de Mosteirô estaria a pouquíssima distancia.
Possuindo uma vela quadrada, o barco rabelo era manejado normalmente por seis ou sete homens. Quanto aos mastros, os primeiros só usavam um, enquanto que os segundos usavam também um mastro à proa. Para governo, utiliza um remo longo à popa "a espadela". Quando era necessário, devido a força das águas, os barcos eram puxados a partir de caminhos de sirga por homens ou por juntas de bois.
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Como tudo neste mundo, o barco rabelo entrou aos poucos em desuso. A conclusão, em 1887, da linha de caminho-de-ferro do Douro e o desenvolvimento das comunicações rodoviárias durante o século XX, assegurou o declínio do tráfego fluvial dos barcos rabelo. Em 1961, no início do programa de aproveitamento hidroeléctrico do Douro nacional, apenas restavam seis barcos rabelos em actividade permanente.
Realidades de outros tempos...
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No BPI de cima, vemos um barco rabelo (meio de transporte crucial na época) na margem do rio Douro em Vila Nova de Gaia. Na outra margem vemos a cidade do Porto estando em primeiro plano o edifício da Alfândega Nova.
Segundo diz o "Remo Informativo" junto a Alfândega Nova do Porto, esta foi construída sobre estacaria no antigo areal de Miragaia, o edifício da nova Alfândega foi projectado em 1860 pelo arquitecto francês C. Colson e inaugurado em 1869.
Durante a execução das obras houve alterações ao nível do projecto base com a criação de um terceiro piso dos corpos laterais da responsabilidade dos engenheiros Alberto e Torquato Alvares Ribeiro. A sua construção impulsionou uma reforma urbanística da zona, nomeadamente com a abertura da Rua Nova da Alfândega.
Barco Rabelo no Douro entre Porto e Gaia. Cliché Alvão
Barco Rabelo e Ponte Luís I - BPI - ED. P.C.
PORTO - Um barco rabello. BPI - Ed. Alberto Ferreira n.º 36
O Barco Rabelo e o Rio Douro -  Cliché da Casa Alvão

Imagens:
- BPI (digitalização) Editor - Arnaldo Soares
- Autor desconhecido
- Casa Alvão

Régua - Construção da Ponte Rodoviária.

Régua. Vista Geral. 1907-1910
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Um barco rabelo nas águas do Douro junto à ponte metálica, que muita gente pensava ser a ponte ferroviária da Régua. É visível a construção, ainda que no seu início, da ponte rodoviária (a qual na sua origem destinava-se ao comboio) em cantaria de granito.
Construção da Ponte Ferroviária  que se tornaria Rodoviária
 Década de 30 do séc. XX
Três pontes atravessam o Douro na Régua, uma ponte rodoviária metálica, datada de 1872, outra ferroviária de granito, datada de 1932 (nunca lá passaria o comboio e foi adaptada para o trânsito rodoviário), e uma de recente construção, que serve de passagem no Douro, do eixo Chaves/Vila Real/Régua/Lamego, Viseu e Figueira da Foz, através do Itinerário Principal N.º 3.
 Ponte ferroviária da Régua (que se tornaria rodoviária) ainda em construção
PT-CPF-JGGJ-002-000213
Capital da Região Demarcada mais antiga do mundo, Peso da Régua não sendo uma cidade de grandes monumentos, é um paraíso histórico de inegável valor. Mergulhada num dos mais belos rios de Portugal, preenche a encosta e o vale onde montes cobertos de vinha e prenhe de história se combinam numa escadaria de gigantes.

Imagens:
- AMP
- Alvão
- Centro Português de Fotografia

Antiga Feira da Cordoaria. (Cidade do Porto)

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Feira da Cordoaria - 1835
Nas imagens (de cima, datada de 1835) e de baixo, vemos a antiga Feira da Cordoaria que se fazia às Terças-Feiras ao lado da antiga cadeia da relação, antes de existir o Mercado do Anjo, do qual já aqui falamos anteriormente.

Torre dos Clerigos e o Antigo Mercado



Imagem:
- J. J. Forrester
- BPI (digitalização)

Pego Negro, em Campanhã. (Cidade do Porto)

quarta-feira, 21 de julho de 2010

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Pego Negro é uma pequena localidade que se situa em Campanhã, na fronteira com Rio Tinto, na cidade do Porto.
Esta imagem trata-se de um postal que circulou em 30 Novembro de 1917.

As Termas de Canaveses. (Marco de Canaveses)

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Em baixo, um pormenor da imagem principal de cima, retirado do seu canto superior esquerdo. Podemos ver por entre os pinheiros a Ponte de Canaveses que havia sido reconstruida em 1944 (e infelizmente viria a ser destruida em 1988, uma atitude triste e que já aqui abordamos anteriormente), assim sendo esta fotografia das Termas de Canaveses, será dos finais dos anos 40 (após 44) ou talvez dos anos 50...

AS TERMAS - HISTORIAL

De possível exploração romana, como testemunham as lápides encontradas, foi na época medieval local de uma albergaria para pobres fundado pela rainha D. Mafalda (mulher de D. Afonso Henriques).
No século XVIII as caldas são mencionadas nas obras dos gerezistas Beleza (1763) e Reis (1779). Este último refere um poço onde se tomava banhos (cit. Acciaiuoli 1944, III: 96).
Tavares descreve-as em 1810: “Debaixo de um duríssimo rochedo, em um monte sobreiro ao Rio Tâmega [...] nasce uma água termal cristalina, em cuja superfície aparecem uns ligeiros flocos semelhantes a saponáceos, estalando amiudadas bolhas aéreas mais ou menos volumosas, que sobem do fundo da nascente. O seu cheiro e mais qualidades sensíveis a classificação nas águas minerais sulfúreas hepatizadas, sem exclusão de sulfatos e outras substâncias que tenham de mistura”.
Lopes (1892) escreve: “Ali debaixo de um duríssimo rochedo, num monte sobranceiro ao rio Tâmega, brota uma nascente de água sulfurosa, gasosa, com 35º de temperatura […] É usada em banho pela gente do povo no tratamento do reumatismo.”
Vasconcelos (1903) faz uma descrição nostálgica destas caldas, recordando como eram os banhos no seu tempo de infância: “Eu conheci as Caldas de Canavezes tal como as conheceram os frequentadores do 1º e 2º quartel do século passado. Havia a casa de Banhos, uma edificação pequena, abobadada térrea, de uns cinco metros de frente por dez de profundidade, com uma piscina grande onde podiam tomar banho 3 pessoas, escavada na rocha, onde nascia a água. Parece-me que ainda estou sentindo o borbulhar dos gases através da fenda donde brotavam as águas, que estavam no fundo da piscina. Como a piscina era uma só, aquela onde nascia a água e os pretendentes muitos, era mister aproveitar as 24 horas do dia, para fazer tratamento. Os quartéis que havia no lugarejo eram poucos e albergavam pouca gente; muitos doentes se instalavam em casas de lavradores da vizinhança, ou em casas da Rua de Canavezes. A horas mortas da noite, acorriam os doentes. Luz não havia, roupa também não. Por isso tinham os aquistas de vir fornecidos de luz para o caminho e para o banho, bem como de toalhas e lençóis. Recordo com saudades, esse tempo em que a vez do meu banho era às 3 horas da manhã; a criada tomava a vez, lavava a piscina e vinha-nos chamar, a mim e a meu irmão. Em derredor e a caminho da casa de banho, vinham os doentes, de lençol pela cabeça e de vela na mão, nas noites escuras, ou simplesmente de lençol branco; nas noites de luar, tinham o ar hofmânico de fantasmas” (cit. Acciaiuoli 1944, III: 98).
Em 1908 a Empresa das Águas de Marco de Canavezes inicia a exploração termal. No guia "Águas e Termas Portuguesas" (1918) a estância é tratada em tons elogiosos, com dois hotéis. Um deles podia considerar-se “de 1ª ordem”, onde não faltava uma “garage para automóveis”, um balneário com banheiras e duches de três classes, e uma sala de tratamentos ORL, “tudo montado segundo os mais modernos processos da hidrologia médica, e em excelentes condições higiénicas”, concluindo-se que “não há duvida que as Caldas de Marco de Canavezes, são já hoje uma estância de tratamento, descanso e turismo muito apreciável, possuindo elementos que deixam prever-lhe um belo futuro, se, como é de crer, as respectiva empresa não afrouxar nos seus louváveis propósitos já tão largamente manifestados.”(p. 88)
Thermas de Canavezes - Folheto publicitário de 1918

Termas de Canaveses em 1922


Nota dos eventuais detentores dos direitos Audiovisuais:
«Datado de 1922 este é um documento visual inédito que retrata o funcionamento do Hotel e das Termas de Canavezes, em Marco de Canavezes.
Único documento visual da época, este vídeo ganha extrema importância para comprovar e suportar a história, os escritos e relatos que descreviam o local como sendo um lugar de luxúria, requinte e sofisticação, muito bem frequentado pela alta sociedade portuguesa e internacional.
Este vídeo histórico foi adquirido pelo Grupo Canavezes junto da Cinemateca Portuguesa.
É expressamente proibida a sua utilização indevida, não respeitando a nossa propriedade sobre o mesmo, assim como os direitos de autor.»

O Documentário completo sobre as Termas de Canaveses é público e pode ser visto nos Arquivos da Cinemateca através deste link de acesso directo (clique para aceder): 
http://www.cinemateca.pt/Cinemateca-Digital/Ficha.aspx?obraid=3062&type=Video


Caldevilla Film - Companhia Produtora
Portugal, 1922
Género: documentário
Duração: 00:03:42, 16 fps
Formato: 35 mm, PB, sem som
AR: 1:1,33
ID CP-MC: 3005636-002-00.07.03.01


Dos relatórios de Acciaiuoli das décadas de 1930 e 40, deduz-se que esta estância foi cumprindo todas as recomendações oficiais de obras de renovação, e o seu director clínico, à época o doutor Arnaldo Reimão da Fonseca, destaca a característica arsenical da sua água no tratamento de doentes linfáticos e sifilíticos.
No "Anuário" (1963) destaca-se essa mineralização arsenical: “Canavezes realiza, em Portugal, a síntese sulfúrea-arsenical, dando na realidade bem em muitas dermatopias, e diríamos em quase todas as espécies de dermatoses, porque mesmo naquelas em que está demonstrada a carência vitamínica, como por exemplo, na pelagra”. A descrição refere dois edifícios, um a servir de balneário e o outro dedicado para otorrinolaringologia, acrescentando: “Pensa-se na construção dum edifício que unirá os dois estabelecimentos, para terapêuticas fisioterápicas, laboratório, etc.” Quanto à oferta de alojamento, as Caldas contavam com um hotel “belo e majestoso, totalmente modernizado” e um “bairro popular”para aquistas de menores posses, e tinha além disso capela e um salão de chá à beira-rio.
Folheto Postal Publicitário de 1960
Em 1975 o hotel das Caldas de Canavezes, a par de muitos outros hotéis termais pelo país, viu os seus quartos serem ocupados por um novo tipo de hóspedes, “os desalojados das colónias” . A proposta fora apresentada na Assembleia Constituinte, na Sessão de 17 de Setembro de 1975, pelo deputado do CDS Pires de Morais, que propunha ao Governo em vez de instalar “ retornados de Angola em hotéis, alguns deles de luxo, como o Ritz e o Sheraton”, considerando que estes hotéis obrigavam a um grande dispêndio, propunha que fossem alojados em hotéis encerrados ou nos “ hotéis de termas espalhados de Norte a Sul”, com a vantagem “que a sua exploração se poderia fazer utilizando o trabalho dos próprios retornados, com enorme economia, reintegrá-los, lenta mas seguramente, na sociedade portuguesa”.
Para as Caldas de Canavezes esta “ocupação” representou o início da decadência, o luxuoso hotel perdeu os requintados hóspedes, acabando por fechar quando se tornou inútil ao alojamento dos “desalojados”. Quanto ao balneário, continuou em funcionamento até 1999, hospedando-se os aquistas no Marco de Canavezes, mas o estado de deterioração das instalações era já marcante, como nos referiu o proprietário do Café das Caldas: “Quando fechou há cinco anos já estava tudo a cair, mas a piscina ainda trabalhou depois de fechar, depois é que acabou de vez.”
Actualmente as Caldas de Canavezes estão sob um processo de litígio entre Luísa Maria Fortunato Costa Silva e o último administrador da empresa, António Manuel Monteiro Pereira, história que a proprietária do café resumiu do seguinte modo:
"Porque isto é assim: elas faleceram e deixaram isto entregue a umas determinadas pessoas e não sei bem como é que aquilo corre. Está aqui a carta, é a Empresa de Caldas de Canavezes, é mesmo aqui em Sobre-Tâmega. Isto foi assim, as senhoras eram, a menina Jorginha que era a mais velha, a menina Filinha e a dona Comilde, que eram três irmãs, elas criaram duas meninas. Pelo que a gente ouviu falar, se elas as estimassem deixavam-lhe isto, só que depois houve para aí umas reviravoltas, e isto fechou e elas ainda vivas, porque a última faleceu o ano passado, mas já não faleceu aqui, faleceu no Porto em casa do administrador disto, o senhor Manuel António, e isto agora está entregue a uma imobiliária. Uma dessas meninas que foi criada por elas, por sinal, há quase 20 anos que aqui estou, e quando vim para aqui ela era uma menina de 14 anos. Bom, arranjou para aí uns namoricos, perdeu a cabeça, coisas da vida… Foi deserdada, agora como faleceu a última ela agora anda aí com um advogado, que quer isto que isto é dela, problemas, não sei."
Mas à parte todo o rocambolesco das herdeiras deserdadas, o que sentimos da parte dos proprietários do Café das Caldas foi um constante lamento do estado em que se encontra o aproveitamento destas águas: "Olhe, isto é um pecado estar assim. Mesmo nós, para os nossos ossos, precisamos disto. Uma coisa que me faz admirar é se o Estado, não digo já as proprietárias que já morreram… se o Estado quer o bem-estar do povo português, porque é que não toma conta disto, isto é uma calamidade. Eu conheço casos de pessoas que vinham para aqui com as pernas todas inchadas e saíam daqui sãos."

Fonte: aguas.ics.ul.pt

Estação da Ermida. (Douro, Baião)

sábado, 17 de julho de 2010

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Estação da Ermida (Douro, Baião) por volta do ano de 1905. Note-se o nível das águas do rio Douro, que denuncia a inexistência de qualquer barragem. Estamos do lado de Baião, do outro lado do rio fica a vila de Resende.

Vila Real - Início do século XX.

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Vila Real no início do século XX, mais precisamente por volta de 1910.

Antiga Igreja de Nossa Senhora do Rosário. (Marinha Grande).

sexta-feira, 16 de julho de 2010

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As fotografias enviadas pelo sr. Carlos Gomes, a quem desde já deixo o meu agradecimento, mostram a antiga Igreja Nossa Senhora do Rosário na Marinha Grande. Segundo informação deste leitor a igreja foi demolida para dar lugar a outra.

Farolim das Sobreiras, Farol Medieval, Farol dos Três Bicos ou Farol das Três Orelhas. (Cidade do Porto)

quinta-feira, 15 de julho de 2010

Localizava-se na encosta das Sobreiras, na freguesia de Lordelo do Ouro, Cidade do Porto e era o farolim posterior do enfiamento da entrada da Barra do Rio Douro, e encontrava-se a 562 metros do Farolim da Cantareira, direcção ENE (078,7º).

Conheci ainda a estrutura original deste farol que me foi mostrada em criança pela minha mãe. As designações de Farol das Três Orelhas ou Farol dos Três Bicos deve-se à configuração da primitiva torre/parede que lhe estava por detrás, um muro de alvenaria de granito, de construção medieval, rematado por três ameias, à semelhança de uma estrutura defensiva.
Em 1993/1994 foi deslocado 15 metros do seu local, para a construção do edifício sede da ANJE, tendo lamentavelmente sido substituída a torre de alvenaria, por uma parede em betão (quem teria sido o "iluminado" a ter semelhante ideia e quem teria permitido acto tão errado?) apoiada numa estrutura em metal.

Tentei saber do paradeiro da antiga marca (torre) ameada, conhecida por "3 orelhas", em finais da década de 90 na própria sede da ANJE, onde a minha pergunta por algum motivo se mostrou algo inquietante... Seriam verdade os rumores de protestos que várias entidades, ao que ouvi inclusive até uma escola local fizeram na tentativa de impedir remover a marca medieval e cujo efeito se mostrou nulo?
-Uma informação de um habitante local, foi de que as pedras teriam sido desmontadas e "guardadas" numa "pilha" ao ar livre num terreno perto da Biblioteca da Invicta, após o qual, sumiram misteriosamente... Atitude no mínimo irresponsável, para com uma estrutura Histórica...
-Qual a verdade afinal?
Farolim de Sobreiras
 Ainda existe, estando junto ao Farol da Boa Nova, em Leça da Palmeira
A imagem de baixo, que recebemos em 27/12/2012, foi gentilmente enviada pelo sr. Hugo Martins e tem a particularidade de mostrar, se bem que parcialmente, a demolida torre ameada conhecida por "3 orelhas".
Aditamento efectuado em 01-11-2015:
Imagem do Arquivo Municipal do Porto que mostra as "Torres de Lordelo" ou "Torres da Pasteleira" em construção, entre 1963 e 1967.
Vendo-se as Sobreiras, onde é identificável "As Três Orelhas" (antigo Farolim de Sobreiras), o Calem, onde desagua a Ribeira da Granja, a Rua das Condominhas, o Bairro Operário ou "Bairro Velho", a Manutenção Militar, o local das antigas piscinas do Fluvial, entre vários outros pormenores...
Repare-se no centro inferior do cliché. Aquela pequena torre "branca" no meio dos pinheiros é a desaparecida construção em alvenaria de granito, vulgarmente chamada por "3 Orelhas" ou "3 Bicos". Clique para ampliar. Imagem in AMP
Neste segundo cliché, a marca aparece no canto inferior esquerdo da imagem

Régua em 1900. (Cidade da Régua)

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Régua. Vista geral. 1907-1910
A imagem de baixo, data de aproximadamente 1910... Note-se o pormenor da ponte metálica que a minha geração conheceu como abandonada e interdita a qualquer travessia.
Na imagem de baixo (um cliché da Casa Alvão), apreciamos uma vista geral da Régua, com o aspecto aproximado que a mesma possuía na década de 30 do século XX.
São bem visíveis as então existentes, únicas duas pontes (actualmente são três) de travessia sobre o rio Douro, salientando aqui um pormenor importante, tendo a ponte rodoviária sido feita nos inícios dos anos 30 significa que esta fotografia de uma "vista geral" não poderá ter sido tirada antes de 1932. Como é sabido, o rio Douro possuía na altura um nível de água inferior ao actual, devido a inexistência da barragem do Carrapatelo, inaugurada em 1972.
Imagens:
- AMP
- Alvão

Arraial da Senhora do Pilar. (Vila Nova de Gaia)

quarta-feira, 14 de julho de 2010

Imagens de grande dimensão, clique para as ampliar
Arraial da Senhora do Pilar. BPI - Editor - Estrela Vermelha
A fotografia, que nos leva a recuar mais de 100 anos no tempo, retrata o Arraial da Senhora do Pilar em Vila Nova de Gaia no ano de 1905, aproximadamente.
No canto superior esquerdo da imagem, podemos observar por trás do arvoredo, parte de um grande e antigo edifício, que, senão me engano, se trata do antigo Seminário, que mais tarde se tornou conhecido por Colégio dos Órfãos do Porto.
Infelizmente, devido à Guerra Civil Portuguesa (1828-1834), quando do Cerco do Porto (Julho de 1832 - Agosto de 1833), as tropas liberais instalaram-se justamente nas dependências do Mosteiro da Serra do Pilar, proporcionando suporte às forças liberais sitiadas do outro lado do rio Douro.
Vista parcial do Douro e de Vila Nova de Gaia 
Vemos sobre o rio a desaparecida Ponte D. Maria II, ou Ponte Pênsil
Em destaque, no horizonte da imagem, vemos 
Mosteiro da Serra do Pilar, à volta do qual se erguia o "Morro de Gaia"
Prova actual em papel salgado, a partir de um calótipo de 
Frederick William Flower c. 1850
No fim do conflito, fruto dos constantes ataques que sofreu, encontrava-se em total estado de ruína, caindo em abandono. Em 1834 foi criada a "Real Irmandade de Nossa Senhora do Pilar" e, em 1925, o "Grupo de Amigos do Mosteiro da Serra do Pilar" que gradualmente foram procedendo à recuperação do conjunto, actualmente requalificado como espaço museológico. 
Convento da Serra do Pilar, ainda em ruínas, antes da recuperação
Prova actual em papel salgado a partir de um calótipo 
de Frederick William Flower, 1849-1859
BPI - «Egreja da Serra do Pilar». O local em ruínas, antes da recuperação
Serra do Pilar, vista do Estaleiro Rei Ramiro em 1880

Amarante, início do séc XX. (Cidade de Amarante)

domingo, 11 de julho de 2010

Imagem de grande dimensão, clique para a ampliar
Vista geral de Amarante por volta de 1900. Esta magnifica imagem provém de um bilhete postal ilustrado dos princípios do século XX, editado por Alfredo Osório (Pai).
Em baixo, vemos uma antiga tradição local, típica de todas as povoações existentes junto a um curso de água. As lavadeiras do Rio Tâmega.
Lavadeiras do Tâmega. Em segundo plano, a ponte de S. Gonçalo e a igreja

Ponte de Mosteirô.

Barco Rabelo navegando sob a Ponte de Mosteirô
Na travessia do rio Douro, entre Porto Antigo e Porto Manso temos a chamada Ponte de Mosteirô. Originalmente com um tabuleiro metálico plano e pilares de granito, sofreu grandes modificações nas mãos do Engenheiro Edgar Cardoso, quando da subida das águas do Douro, devido ao encerramento das comportas da Barragem do Carrapatelo em 1972. O tabuleiro foi elevado ficando com um visual composto por arcos levemente abobadados, dizem terem sido aproveitados os pilares de sustentação antigos, tendo estes no entanto sido reforçados com betão.
Em cima: Um Barco Rabelo nas águas do Douro, no Cais de Porto AntigoÉ perfeitamente visível o antigo tabuleiro da ponte, em segundo plano da imagem.
Em cima: A ponte numa vista de Montante, obtida provavelmente de Mosteirô, vendo-se a Foz do Rio Bestança.
Ponte de Mosteirô - BPI (digitalização)
Em baixo: A ponte num cliché de autor desconhecido, obtido do lado de Porto Antigo. Notemos que nesta imagens, as águas do Douro estão já muito acima do nível original, o que pode significar que a imagem tenha sido obtida por altura da conclusão da barragem do Carrapatelo.
Ponte de Mosteirô. Cliché de autor desconhecido
A antiga Ponte de Mosteirô, vista de Jusante e o vale do Douro com o seu aspecto original. Emílio Biel
A antiga Ponte de Mosteirô, vista de Jusante.
Na direita da imagem o areal e o cais de Porto Antigo, cujas casas podem ser identificadas
A antiga Ponte de Mosteirô, vista de Jusante e o vale do Douro com o seu aspecto original. 
Cliché de autor desconhecido
Na imagem de cima vemos a Ponte de Mosteirô entre Porto Antigo a Porto Manso após ter sido dinamitada em Janeiro de 1919. 
A propaganda republicana, após a contenção do movimento (sediado no Porto entre 19 de Janeiro de 1919 e 23 de Fevereiro de 1919) imputou responsabilidades aos monárquicos pela destruição da estrutura. 
Os monárquicos, obviamente em defesa própria, foram responsabilizar as tropas de Abel Hipólito (militar, que, em 1919, ocupava o lugar de Senador por Viseu).
Ponte de Mosteirô dinamitada em 1919 - Cliché da Casa Alvão
Ponte de Mosteirô dinamitada em 1919 - Cliché da Casa Alvão in "Illustração Portugueza"
Rio Douro
Em cima o leito original do rio Douro na época, em baixo o aspecto actual da albufeira, a ponte moderna com a cor branca que a caracteriza, numa fotografia de autor desconhecido.
Ponte de Mosteirô, numa imagem de autor desconhecido, (obtida provavelmente nos anos 80, numa das alturas em que a Barragem do Carrapatelo permitiu que as águas baixassem) vendo-se os três pilares de granito que suportavam o antigo tabuleiro.
Ponte de Mosteirô durante uma descida temporária das águas. Cliché de autor desconhecido

Fontes:
- BMP
Imagens:
- Emílio Biel
- Alvão
- BPI - Digitalização
- BMP
- Autores desconhecidos (remetidas por leitores)